Não quero mais ser pedaço,
Sem saber se é bom,
Sem gosto de mal.
Cansei de ser simples atalho
Ponte, beco, desvio, canal.
Sou sua plena jornada!
Porto seguro ou desventura?
Sou o chão da calçada,
A poça que pulas
E o sol na nuca.
Sou o sereno frio,
O vento vadio,
A casa fechada.
Sou o muro quebrado
E o remendado
E o grafitado.
Sou gato no telhado
Miando baixinho,
Olhando teus passos.
Sou o ovo do ninho
Caído na sombra
Que descansavas.
Sou o seu desvario,
Seu desalinho,
A sede que mata.
Sou a água fresca
Que molha tua testa
Enquanto cantavas.
Sou a fruta no pé,
A prece de fé,
Tua encruzilhada.
Sou a noite caindo,
Você jurando baixinho
Que não temia nada!
Sou o seu peito arfando,
Da ave o canto
E o teu passo que para.
Sou o que estou sendo
Pro teu alento
Tua caminhada.
Não sou rumo nem seta,
Sou porta aberta pra tua parada.
Cansei de vãos e desvios
Sou puro caminho
Sem ter chegada.
..::Fran::..
cada vez mais espetacular... não sou rumo nem seta, sou porta aberta pra tua parada, cansei de vãos e desvios, sou puro caminho, sem ter chegada.
ResponderExcluirInveja de não ter escrito isso.
Enquanto vc está fazendo a Investidura (o nome é esse?), eu permaneço aqui contemplando seus versos...
ResponderExcluir-Não se apesse!
Eu poderia gritar daqui desse sofá, mas eu poderia atrapalhar,
Interromper o tagarelar.
Te desconcentrar.
melhor não arriscar!
Um grande beijo.