"Não me pergunte quem sou e não me diga para permanecer o mesmo." Foucault

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"Alquimia de ventilador, poesia de liquidificador..."

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Uma Pipa

Voou alto
a pipa perdida
enfim encontrou a liberdade
após o combate
quando quase era tarde
se perdeu de seu criador
mas ganhou o vento inteiro
a imensidão do céu azul
e a possibilidade de pousar
Em qualquer de suas mãos

Fran


(Poesia escrita para alguém e ilustrada via msn por esse alguém, mas fui eu que fiz o chão, se não as árvores iriam sair voando junto com a pipa, e pelo menos nesse texto, árvores não voam)

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Guaraná e outros líquidos

Derreto meus pensamentos,



e com essa sopa caótica preencho vãos,



valas, bares e cidades vazias.



Congelo o tempo em formas disformes



e conforme o tom do momento,



acrescento uma bebida mais forte,



ou dois litros de guaraná.



Vapores de emoções passadas,



remoídas e recalcadas



inebriam o ambiente



e entorpecem alguns sentidos,



mesmo não tendo sentido algum



se sentir emocionado ao inspirar um dramalhão



ou um bang bang de far west.



Degusto idéias e



antropofagicamente me aproprio de você,



iguaria ímpar, palatável, um pouco insossa,



mas nem por isso menos interessante.



Uma queimação no estômago me faz lembrar meus limites,



mas também minhas fomes e desejos.



E nesse instante meus pensamentos preenchem teu ser.



Enquanto o guaraná enche o copo em minha mão.



Essa sede que me atormenta.