"Não me pergunte quem sou e não me diga para permanecer o mesmo." Foucault

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"Alquimia de ventilador, poesia de liquidificador..."

sábado, 31 de outubro de 2009

Castelo



Me fiz romântica, na temporalidade de um determinado momento.
Fugaz, construí castelos de cristal e tronos de porcelana para assentar os sentimentos de forma calma e bela.
Coloquei vitrais em todas as janelas, por onde raios de sol criavam uma áurea de sonhos. Contas de vidro eram gotas de orvalho, mas do orvalho das noites de lua nova e serenata.
Mas de repente, como um sopro, uma brisa, uma pedra, um raio... meu castelo estremece, meu vitral se rompe.
Antes rodeada de espectros coloridos, sou golpeada por um raio de sol, inteiro, completo, intenso.
Minha pele queima, arde, se incandesce...
Meu castelo se dissolve em mim, derretendo com meu calor.
Assisto a essa cena surreal, onde as ilusões edificadas em cristal escapam de mim como suor.
Vejo por entre os raios que teimam em me cegar (mas que ao mesmo tempo iluminam o caminho) todas as possibilidades de amar... muito maiores e mais coloridas do que meu opaco castelo de vidro, onde um romantismo insensato, me permitia apenas roçar o superfície de mim mesma.
(Fran)

"Procurei o amor, que me mentiu.
Pedi à Vida mais do que ela dava;
Eterna sonhadora edificava
Meu castelo de luz que me caiu!"
(Inconstância - Florbela Espanca)

sábado, 10 de outubro de 2009

Céu negro

Gripada, entediada, carente, nostálgica, melancólica...
assim me encontrava uma noite, ouvindo Zeca Baleiro.
Doída por sentimentos passados,
mergulhada até os olhos de antigas declarações,
me questiono madrugada a dentro:
“Pra onde vão desejos, palavras sem razão?”
Vislumbro um céu negro.
O contraste que permite o maior brilho das estrelas.


"Versos ao vento vão..."

domingo, 4 de outubro de 2009

Mafalda












Amo as tirinhas da Mafalda. Partilho algumas com vocês. Boa degustação.




sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Domínio Inventivo




Ainda que neguemos veementemente,

privilegiamos a linearidade.

Somos reféns de nós mesmos,

compreendemos o mundo

pelo binário empobrecedor,

reduzindo tudo ao jogo:causa e efeito.

Mas e o que é descontínuo?

Aquilo que acontece?

Inventamos as conexões.

Encontramos,

na imaginação,

os elos perdidos...

Tudo isso para dominarmos...

É a vontade de estar no controle.

Assumamos nossa valiosa pequenez!

Vivamos o acontecimento,

com nexo ou não.

Isso é que se faz enriquecedor.

Multipliquemos as condições de possibilidades!


(palavras/presentes de um amigo/irmão. Obrigada meu bem!)