"Não me pergunte quem sou e não me diga para permanecer o mesmo." Foucault

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"Alquimia de ventilador, poesia de liquidificador..."

terça-feira, 26 de julho de 2011

O que tenho e preciso

Tudo que preciso carrego comigo:
A minha capacidade de respirar...
Aspirando o cheiro de terra molhada
Residente do meu jardim secreto
Me protegendo do odor dos carros,
Da lama fétida dos acostamentos.


Ainda tenho meu caminhar indeciso
Inseguro nas vielas do desconhecido
Mas ainda consciente e preciso
Das dificuldade que irá encontrar.


Tenho meu coração batucante,
Que sofre com os horrores do mundo
Mas que não perde seu potencial de amante,
Sendo pra aqueles que amo um porto seguro.


Mas olho pra trás e vejo minha história,
Pessoas e vidas que por ela passaram,
Que escreveram a epílogo do que me encontro hoje
Sou ecos e sombras do meu passado.


Ainda tenho o sorriso dele ecoando em mim.
Ainda tenho a mão dela indicando o caminho.
Ainda lembro daquela voz dizendo o fim
Ainda lembro daquele olhar furtivo.
As pessoas que encontro se encontram em mim.
São as peças construtivas do meu destino,
Inconstantes, cheios de nãos e sins...
É o que torna meu mundo colorido.

domingo, 24 de julho de 2011

Um Canto de Samba

Eu caminho por aí, será que te esbarro em mim?
Peguei a contra-mão, pra aonde mesmo eu vou?
Me lanço, corro, escorro pelos cantos
É tantos cantos que eu ouço por aí...
Quem canta pra mim?
Ouvi um batucar num canto de mim.
Tropeço na calçada, será que caio na sarjeta?
Se ajeita que eu to chegando.
Me ajeito dançando. Dança pra mim?
Te trago num canto, te faço um canto.
Te transbordo em si, e o sol lá se vai indo.
E música ecoa na noite que chega
Será que você me chega?
Me basta, me abraça.
Hoje eu me junto, juro!
Cato os pedaços de mim,
Passo grude, colo timtim por timtim
Na mistura ponho até samba enredo
E fitinha do senhor do Bonfim.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

O Cara do Samba

Olha ele lá!


De pernas compridas tentando requebrar...

Olha ele lá!

Se remexendo todo até quase sambar...

Olha ele lá!

Chapéu na cabeça e cabeça no ar...

Olha ele lá!

Quase rouco de tanto cantar (será?)

Olha ele lá!

Sorriso no rosto, parece sonhar...



(Poesia-homenagem aos dotes sambísticos de um amigo-poeta, com alma de criança e espírito livre)

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Notícia Do(r) Dia

A notícia do dia diz que pai e filho foram agredidos

Por estarem abraçados, por demonstrarem carinho.

Que mundo é esse que retribui amor com dor???

Se são pai e filho, dois namorados, dois amigos...

Antes de tudo, são humanos.

Antes de tudo, são humanos.

Antes de tudo o amor. Seja de que forma for.

Violência é crime, principalmente se violenta o amor.

 
(tentativa de demonstrar minha indignação acerca da violência, e no caso específico, contra a homofobia. Homofobia é crime!)

terça-feira, 19 de julho de 2011

Um Dom de Quixote

Que pena e tinta sejam suas armas,
Sorriso e espírito teu escudo,
Não tema a penumbra daqueles que calam.
Que tuas palavras alcancem o mundo.
Cavaleiro errante, tal Quixote,
Talvez gigantes e moinhos irá encontrar,
Mas montado em estrelas, poderoso trote,
Sofrimento algum irá te calar.
Amante de letras, poesia e rima,
Encontras-te Dulcinéia nas palavras?
Faz da tua vida a obra-prima
E do peito meu, abrigo, ninho e morada.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

tem horas??

Um relógio sem ponteiros.
Que horas são?
Onde está a seta, o determinante?
A hora, é esta hora.
O tempo é o tempo.
Só isso.
Isso tudo.
Concorrendo comigo,
o transcorrer da minha vida.