"Não me pergunte quem sou e não me diga para permanecer o mesmo." Foucault

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"Alquimia de ventilador, poesia de liquidificador..."

domingo, 19 de fevereiro de 2012

=)

um dia uma poeta
me chamou de palhaço
e era elogio não xingamento
palhaço peito de aço
e eu fiquei todo bobo
com aquilo no pensamento
ela é tão bela poeta
e eu tão bobo palhaço
bela, singela, ela
tão frágil guerreira
amiga pra vida inteira
lúcida, leve e faceira
francamente se declara
socialista, feminista
tá na cara, na cabeleira
a raça, o dia de sorte
da mulher forte
cheia de graça
minha querida, seu norte
tá debaixo do seu nariz
é contar história e poesia
fazer e ser gente feliz


(Poesia-presente-afago do amigo Giglio, o mais guerreiro dos palhaços! Giglio e seu infinito: http://sefossemosinfinitos.blogspot.com/ )

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Duvida?!?!

Não duvido da dúvida.
Mas fico em dúvida do que realmente anda em duvida.
E realmente duvido que você também não ande em dúvida.
Não a mesma dúvida que me assola. Mas a tua dúvida que me perturba.
E ainda me enche de dúvida sobre as dúvidas que tens, e aquelas ainda que deverias ter duvidado. Não duvido de ti. Só da tua dúvida. Mas não tenho dúvida de que são essas dúvidas que nos aproximam. Pois depois delas, não há mais dúvida na vida

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

EcoGrito

No eco daquele grito, a resposta do não dito.
Na sombra daquele corpo, um mundo que não foi visto.
No sangue manchando a rua, a mancha da vida perdida.
Nos andares da indiferença, a dignidade esquecida.
Mas um passo para.
Um olhar se vira.
Um coração vibra.
Uma garganta grita.
Uma palavra é ouvida.
E insistentemente permanece zumbindo no ouvido dessa gente que se faz indiferente.
E insistentemente planta sementes incendiárias no coração de outras gentes.  


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Dos meus olhos que te falam

A luz filtrada pela persiana.
O brilho do teu olho-túnel
(onde ora me perco, ora mergulho).
O gato ainda caminha na varanda.

Chico Buarque tocando no computador
Solene, você também se põe a cantarolar.
Gargalhadas da nossa brincadeira de dançar.
E o ventilador também gira espantando o calor.

Pés descalços se pisam, se esbarram,
O ruído da tua respiração (fumante né!)
Você me fala da vontade de tomar café.
Um sorriso, e meus olhos te falam.

O que meus olhos falam? Nem sei bem do que.
Meus olhos te falam do singelo com emoção.
Do tom de verde do teu portão.
Da tua voz numa velha canção.
De quando na rua encontro tua mão.
Dos meus medos sem solução (ou não).
De você sentindo meu coração.
De você se aconchegando no meu coração.

Tchibum!
Já era. Deu de ponta no meu peito.
Navegou em mim, se aportou em mim.