"Não me pergunte quem sou e não me diga para permanecer o mesmo." Foucault

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"Alquimia de ventilador, poesia de liquidificador..."

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Dos meus olhos que te falam

A luz filtrada pela persiana.
O brilho do teu olho-túnel
(onde ora me perco, ora mergulho).
O gato ainda caminha na varanda.

Chico Buarque tocando no computador
Solene, você também se põe a cantarolar.
Gargalhadas da nossa brincadeira de dançar.
E o ventilador também gira espantando o calor.

Pés descalços se pisam, se esbarram,
O ruído da tua respiração (fumante né!)
Você me fala da vontade de tomar café.
Um sorriso, e meus olhos te falam.

O que meus olhos falam? Nem sei bem do que.
Meus olhos te falam do singelo com emoção.
Do tom de verde do teu portão.
Da tua voz numa velha canção.
De quando na rua encontro tua mão.
Dos meus medos sem solução (ou não).
De você sentindo meu coração.
De você se aconchegando no meu coração.

Tchibum!
Já era. Deu de ponta no meu peito.
Navegou em mim, se aportou em mim.

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