"Não me pergunte quem sou e não me diga para permanecer o mesmo." Foucault

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"Alquimia de ventilador, poesia de liquidificador..."

sábado, 15 de agosto de 2009

Domesticando monstros



Tenho uma dor no peito
que não me permite nomeá-la,
uma angústia que se torna permanente,
um soco na boca do estômago
que me obriga a acordar
só não sei o por que acordar,
ou aonde acordar
mas essa dor sabe e me segue
e me mantem assim:
nem totalmente feliz,
nem totalmente triste.
Tenho algo aqui dentro
um algo assim,
meio agridoce ao paladar,
um suor frio que me lembra estar viva,
é um algo mais que eu não encontro
mas que pode estar aqui
só que não me permite encontrar...
Talvez isso seja a vida,
um eterno vir-a-ser,
uma ausência tão presente de mim mesma
que me leva a caminhar, e a buscar...
talvez encontre por aí
no meu reflexo nos teus olhos castanhos,
ou talvez seus olhos só me façam sorrir,
e então novamente a dor me faz seguir,
vagando, divagando, meio devagar também.
Sigo sentindo-a, dominando-a,
acho que até alimento esse monstro marinho que mora no oceano do meu peito
quem sabe é uma sereia, que encanta marinheiros?
Talvez... mas ela, ou ele, ou seja lá o que for
permanece aqui, se acomodando
sempre incomodando
afinal, ele é o que mais legitimo eu tenho.

(Fran)

domingo, 9 de agosto de 2009

Fome




.:algumas imagens falam mais que um milhão de palavras:.

sábado, 8 de agosto de 2009

Provocações da Solidão



A beleza triste da poesia me comove,
a batida das canções me alucinam,
a força das palavras de protesto me movem,
musiquinhas melosas me fazem pensar em amor.
Lugares fechados me lembram ninhos,
lugares abertos me inspiram o infinito.
Solidão me conforta e tortura
pois, enfim, mas não o fim,
encontro a mim e a complexidade de ser.
Não é sentimento de superioridade
(ou de inferioridade, dependendo do ângulo),
é apenas a certeza de que viver
exige muito mais do que a capacidade de respirar.
(Fran)

sábado, 1 de agosto de 2009

Saudades e Ausências



Sentia saudades
de tantas coisas que nem sei contar
lembranças se misturavam
sensações passadas, enterradas
submersas e imersas
vinham à tona sem serem chamadas
sem serem queridas
(mas são as mais queridas).
Ligo o computador,
releio algo de Drummond.
Abro um sorriso com sabor de lágrimas.
Sinto a presença da ausência como se fosse água.

(Fran)



“Por muito tempo achei que a ausência é falta.

E lastimava, ignorante, a falta.

Hoje não a lastimo.

Não há falta na ausência.

A ausência é um estar em mim.

E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,

que rio e danço e invento exclamações alegres,

porque a ausência,

essa ausência assimilada,

ninguém a rouba mais de mim”

(Drummond)