"Não me pergunte quem sou e não me diga para permanecer o mesmo." Foucault

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"Alquimia de ventilador, poesia de liquidificador..."

sábado, 19 de maio de 2012

Serei esquecida


Sei que serei esquecida. Talvez por todos. Talvez por alguns.
Mas sei que serei esquecida. Que as lembranças são mortais.
Que no próximo suspiro ela não mais lembrará o dia que nos despedimos.
Que no próximo mergulho ele não se lembrará das águas do meu rosto.
Sei que serei esquecida. Perturbadora essa certeza da minha finitude.
De que além da minha matéria morta, meus sonhos serão mortos
No dia que ninguém mais lembrar deles.

Sei que serei esquecida, mas quero esse dia longe, distante.
Assim alimento grandes sonhos, daqueles imensos, maiores que nós.
Por isso amo, e desesperadamente busco conquistar o mesmo amor de outros.
Por isso torno infinita a minha utopia, maior que qualquer horizonte.

Meu fim não será logo enquanto alguém sonhar os meus sonhos
Amar os que amo e caminhar olhando as nuvens.
Por isso rogo aos meus amigos: Se amem, por favor, se amem.
No amor de vocês há partículas da minha vivência, do meu ser.
Por isso vos imploro: Sonhem! Os mais doces e loucos sonhos!
Com crianças brincando, mesa farta, e liberdade estampada no rosto.
Por isso rezo, que tenham força pra caminhar,
Pois minha utopia está distante, e só com os teus passos se poderá alcançar.

       E assim, se minhas preces forem ouvidas, não terei mais a certeza de ser esquecida.


                                                 ..:::Fran:::..