"Não me pergunte quem sou e não me diga para permanecer o mesmo." Foucault

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"Alquimia de ventilador, poesia de liquidificador..."

segunda-feira, 29 de março de 2010

Sobre Meninos e Nuvens



Num pátio azul
Nuvens brincam de se reinventar
Se transformam
Mudam a forma,
talvez a textura,
quem sabe a densidade.

Uma baila feito um pássaro
Outra se arrasta como um dinossauro
Outras se sucedem como ondas de um mar calmo
E ainda como ondas do mar,
se chocam e choram a chuva.

Mas aquele menino mira o céu
E com espanto descobre os segredos das nuvens
Que brincam de vir a ser o ser que querem ser
Por ter apenas a incompletude de si...

E o menino se percebe sem mundo ter,
Inquieto por não ter o que...
Sem ser pássaro, nuvem ou água,
Sonha em também poder se inventar,
transmutar a realidade fria,
e mesmo descalço com o pé no chão,
no chão de um mundo em que ele simplesmente possa ser...
e assim tomar impulso e voar
Mais alto que as nuvens, suas guias.



Roubando palavras:

“Digo adeus a ilusão
mas não ao mundo.
Mas não à vida,
meu reduto e meu reino.
Do salário injusto,
da punição injusta,
da humilhação,
da tortura,
do terror,
retiramos algo
e com ele construímos um artefato
um poema
uma bandeira.”
Ferreira Gullar

4 comentários:

  1. Uauuuu!!!!Fantástica minha amiga!!!!
    Um brinde ás nossas reinvenções de cada dia!
    bjo grande!

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  2. é, cada coisa deve sonhar em ser outra.
    mas talvez, c vir a ser a outra, sentirá saudade de ser como era.
    nota 10!!!!

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  3. Toda criança é assim.. e talvez todos nós devêssemos ser crianças outra vez.

    Beijos

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  4. A capacidade das crianças de se admirar, se assombrar, de questionar, é filosofia pura.
    Deviamos reaprender com elas.

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