"Não me pergunte quem sou e não me diga para permanecer o mesmo." Foucault

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"Alquimia de ventilador, poesia de liquidificador..."

domingo, 11 de abril de 2010

Sereno

A pálpebra pesa.
O sereno machuca.
Mas a fogueira ainda queima,
Apesar das próprias cinzas.
Se reinventa, fênix inconsolada,
Galvanizada e marmorizada,
Na pele e na alma daquele que caminha.

Mas o sereno ainda cai.
A pálpebra mais uma vez se fecha.
Mas apesar dos esforços,
O mundo ainda está lá
Tão fora de si,
Tão dentro de mim...

Mas o sereno desanima.
A tempestade se aproxima.
E a pálpebra trêmula,
Arranha minha retina.
Mas ainda assim vejo,
A tempestade que se aproxima.
Mas ainda assim a fogueira arde,
Apesar de suas cinzas.
Mas ainda assim ele caminha,
Apesar da minha vida.

.fran.

3 comentários:

  1. A gente fecha o olho mas o mundo continua girando.
    Adorei o texto!!!
    simplificou um sentimento sem nome.
    beijo grande

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  2. É cara, na maioria das vezes as palavras não são suficientes pra definir um sentimento. Aí a gente joga as palavras prum lado, joga pro outro, tenta fezer poesia, e chegar mais perto do que a gente sente.

    A gente chega perto...

    rs.

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  3. são palavras lançadas no escuro de nossas almas e nos nossos olhos fechados.
    não existe sentimento para descrever, nem palavras, nem nada.

    beijos fran.

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escrevendo, comentando, rabiscando o rodapé...