"Não me pergunte quem sou e não me diga para permanecer o mesmo." Foucault

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quarta-feira, 14 de julho de 2010

um ônibus, uma possibilidade...

Subo no ônibus.

Vejo pernas compridas que terminavam em tênis de trilha.
- Legal.

Pago a passagem e me encosto na janela, ao lado dele.
- Perfume bom.

Olho disfarçadamente, cabelo desarrumado, barba por fazer...
- hum, gatinho...

Olho para meu all star, sentindo a presença dele ao meu lado.
- Faço o quê?

Olho pra janela, meu ponto chegando, tomo coragem e olho pra ele.
(suspiro)

Ele também me olha, também me observa, mas me dirijo para porta.
- Ele ainda me olha!

Desço do ônibus, paro, me viro e continuo olhando pra ele.
E ele pra mim.

O ônibus arranca, seu olhar se perde na distância.
Caminho.

Será que acredito em amor à primeira vista?
- Sei não...

Mas todo ônibus que eu ando me traz uma nostalgia do que poderia ter sido.

(baseado em fatos reais, acontecidos em meados de março de 2010 )

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