
Tenho ânsias de escrever
palavras me reviram o estômago
me sobem pelo esôfago
me travam a garganta
embriagam minha cabeça
mas não consigo externá-las
e novamente engulo-as
talvez pela milésima segunda vez.
Elas me queimam por dentro,
se confundem com as minhas entranhas,
me fazendo cócegas,
me provocando dores.
Mas o que eu posso fazer com elas?!?!
São elas que fazem o que bem entendem de mim...
Não consigo dominá-las,
me escapam aos borbotões,
e em vão, me esforço em captá-las
em compreende-las,
mas como, se elas são feitas de matéria misteriosa,
insuspeita e etérea,
e eu tão vácuo, tão vã, tão vil,
simples tentativa servil...
Me ergo pra elas buscando um que de mistério e abstração,
talvez um traço de misericórdia
inspiração divina, quiçá possessões poéticas
áurea de pomba-gira...
mas nem assim,
e novamente tropeço em mim mesma,
rolando no chão buscando algo que eu não tinha,
mas que sempre me perturba e comove.
Elas continuam atacando meu fígado,
não me permitem esquece-las em momento algum
e seguem em nossa sina, nossa senda
sempre me aturdindo,
me provocando,
brincando com meu ser...
mas um dia... ah, um dia
ainda vomitarei sílfides e borboletas.
Mas enquanto esse dia não chega,
eu, egoísta
sinto elas em minha língua,
engulo
e guardo-as pra mim.
(Fran)
Mto bom,Mto bom,Mto bom,gostei msm!!
ResponderExcluirvc escreve bem moça.
Inenarrável! Qualquer coisa dita poderia diminuir a poesia que acabei de ler. Mas nem me foi tão surpresa assim, sempre admirei a inteligência e a sutileza dessa menina, mulher... agora poetiza! Parabéns mesmo pelo texto!
ResponderExcluirPriscila Cristine
Não desanime, não faça como eu, não abandone este lugar nunca... continue roubando palavras, escrevendo mesmo que ninguém comente. Virei te visitar aqui mais vezes, deixe a porta sempre aberta! abraço
ResponderExcluirPorta escancarada para os amigos!
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